terça-feira, 24 de novembro de 2020

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS


Caro(a) Professor(a),

O registro da história da criança, no processo avaliativo, não pode significar apenas memória com função bancária, ou seja, há que se pensar no significado desse registro para além de coleta de dados ou informações. Por outro lado, como afirma Jussara Hoffmann, não há como nos basearmos apenas na memória. A memória pode ser precária, generalista. Ela não é rigorosa, nem sempre se aprofunda, por isso é importante registrar.
Através da escrita, o educador pode distanciar-se de si mesmo e refletir sobre o que está descrito, analisando e refletindo para propor, intervir e encontrar respostas para as situações vividas na busca da aprendizagem.
A avaliação contínua e cuidadosa de cada criança é de suma importância para evidenciar os momentos de aprendizagem no seu cotidiano, desse modo, é importante que o professor observe os vários momentos que podem ser expressos os avanços e as dificuldades de sua prática e das atitudes de seus alunos nos diferentes jogos, na sua forma de entender o mundo, nas suas dificuldades, nas suas necessidades e nos seus estilos de aprendizagem.

Para concretizar essa avaliação, faz-se necessário um processo contínuo de observação e registro nos diversos momentos e ambientes da escola, incluindo: a sala de aula; o parque; a entrada e a saída das crianças; a Biblioteca ou Sala de Leitura; o Laboratório de Informática Educativa, dentre outros. Uma vez que as crianças apresentam jeitos diferentes no alcance dos objetivos propostos e na desenvoltura em cada ambiente ao longo do seu desenvolvimento é a observação dessas diferenças e o respeito pelo ritmo de cada uma que fundamenta uma ação construtivista e sócio-interacionista (HOFFMANN, 1991; 2011).
Alguns aspectos importantes deverão ser observados, analisados e registrados para a proposição de intervenções sobre a ação pedagógica para com as crianças ao longo do seu processo evolutivo e habitual de desenvolvimento, de forma que demonstrem a ação pedagógica desenvolvida para com as crianças em um determinado período letivo.
A avaliação exige sistematização sob a forma de registros significativos, priorizando o olhar reflexivo do professor. Veja as seguintes dicas e orientações para elaboração do relatório de avaliação INDIVIDUAL:

ATITUDINAIS E COMPORTAMENTAIS

Adaptação:
Exemplos: A criança chega contente à escola; aceita regras e normas previamente estabelecidas; está disponível para as atividades escolares; internalizou a rotina da sua turma, ou demonstra sentimentos que dificultam a aprendizagem no decorrer do período letivo.

Relacionamento (colegas, professores e funcionários)
Exemplos: A criança mantém um relacionamento harmonioso com colegas, professores e funcionários; tem facilidade ou não de relacionamento com outras pessoas; aceita participar de atividades em grupos ou prefere as individuais; mantém atitudes de respeito e tolerância para com os outros.

Participação, cooperação
Exemplos: A criança participa das aulas e demais atividades; espera a sua vez de falar e ouve os colegas; finaliza ou abandona atividades; demonstra concentração e interesse na realização das atividades em determinadas áreas e demonstra mais interesse do que em outra; coopera com a turma contribuindo com opiniões e cumprimento dos acordos estabelecidos; utiliza os “combinados” para uma boa convivência com colegas e professores; demonstra iniciativa na resolução de conflitos; solicita ajuda de outros ao enfrentar dificuldades; demonstra segurança em suas atitudes.

Autonomia
Exemplos: Demonstra iniciativa na resolução de conflitos e na resolução das atividades; demonstra segurança em suas atitudes.

Expressão de emoções e sentimentos
Exemplos: A criança expressa facilmente as suas emoções e sentimentos (raiva, alegria, medo, impaciência, tristeza, afetividade, entusiasmo, bondade, carinho, ciúme, curiosidade, dúvida, bom humor, mágoa, prazer).

EIXOS OPERACIONAIS

Língua Portuguesa:
A criança ouve e relata fatos, histórias e experiências vividas, manifestando suas ideias opiniões e preferências, compreendendo e transmitindo mensagens, sendo também capaz de responder e formular perguntas. Apresenta vocabulário ampliado articulando as palavras de forma clara e correta.
A criança reconhece letras, compreende palavras, frases e textos. Na escrita segue a sequência cronológica do texto, identifica as ideias principais e secundárias.
OBS: Registre o nível psicogenético de escrita da criança.

Matemática:
A criança descreve as propriedades e características numéricas entre os objetos, percebe e enumera semelhanças e diferenças, classificando , seriando, fazendo a correspondência biunívoca entre objetos ou termos. Observe os registros anteriores sobre o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, a compreensão dos conceitos e a resolução de problemas.

História:
A criança compreende a realidade que lhe é posta resgatando aspectos culturais de um determinado povo ou região para o entendimento do processo do desenvolvimento histórico, cultural e social.

Geografia:
A criança age no espaço e influi na sua produção de acordo com determinados valores e convicções. Compreende as relações entre a sociedade, natureza e as diferentes noções espaciais e temporais.

Ciências:
A criança compreende os conceitos e os fenômenos naturais, bem como sua relação com o ambiente que a cerca.
Demonstra curiosidade e atitude de investigação científica.

Arte:
A criança desenvolve percepções, sentimentos e imaginação através das artes visuais, dança, música e teatro, significando suas experiências.

Educação Física:
A criança participa de atividades corporais estabelecendo relações equilibradas e construtivas com os demais ou apresenta resistência em interagir com o grupo, demonstrando comportamento apático ou violento.

Temas Transversais:
A criança é capaz de refletir e posicionar-se diante de questões como: ética, meio ambiente, pluralidade cultural, saúde, orientação sexual, trabalho e consumo conforme critério de ações pautado na justiça, criando formas não violentas de atuação nas diferentes situações da vida.

ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS
1. Organize seu texto numa sequência lógica de conteúdo e assuntos;
2. Reflita profundamente sobre seu aluno e consulte as suas anotações diárias;
3. Informe dados sobre o aluno, afirmando constatações e citando peculiaridades, sem rotular e sem preconceitos;
4. Utilize o verbo “ESTAR” e não o verbo “SER” na elaboração do seu texto, visto que é um processo de desenvolvimento da aprendizagem, havendo possibilidades de mudanças;
5. Elabore um texto com fins pedagógicos, ressaltando as potencialidades e as dificuldades da criança, bem como as estratégias utilizadas, tanto pelo professor quanto pela criança, diante destas dificuldades;
6. Evite “MASSIFICAÇÕES”, registre aspectos únicos e individuais da criança;
7. Use linguagem clara, sem generalizações e gírias;
8. Formule frases mais curtas e use o ponto final, evite o gerúndio, as reticências, o etc, as repetições e termos duvidosos tais como: acho e parece;
9. Oriente pais e responsáveis sobre a ajuda necessária às crianças;
10. Procure conversar com a coordenadora, gestores, outros professores e funcionários da escola de forma que a troca de ideias auxilie na elaboração dos relatórios.

EXPRESSÕES QUE PODEM SER USADAS NOS RELATÓRIOS
1. Apresenta / demonstra / mostra / indica / evidencia / aparenta / manifesta
2. Desenvolvimento / crescimento / progresso / melhora
3. Relacionamento / capacidade de convivência com o grupo / socialização / atitudes recíprocas
4. Aprendizado / conhecimento
5. Dificuldade / obstáculos / resistência
6. Adaptação / adequação à escola (grupo) / harmonia
7. Declara / revela / exprime / demonstra / determina / possui / dispõe / domina / apresenta
8. Solicitações / pedido / regras que a escola requer
9. Precisa / necessita / é indispensável / mencionar / citar / expor
10. Lembrar / ressaltar / adquirir / referir
11. Progresso / avanço / aprimoramento / evolução
12. Participa ativamente / verbaliza
13. Colabora com o grupo
14. Assume uma postura observadora
15. Atenção durante a aula
16. Precisa de estímulo
17. Aquisição do processo de Leitura e Escrita

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

PENNA, Alessandra Costa. Estilos de Aprendizagem. UERJ: Rio de Janeiro, 2007.
HOFFMANN, Jussara. Avaliar: respeitar primeiro, educar depois. Editora Mediação: Porto Alegre,

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