Caro(a)
Professor(a),
O registro da história da criança, no processo avaliativo, não pode
significar apenas memória com função bancária, ou seja, há que se pensar no
significado desse registro para além de coleta de dados ou informações. Por
outro lado, como afirma Jussara Hoffmann, não há como nos basearmos apenas na
memória. A memória pode ser precária, generalista. Ela não é rigorosa, nem
sempre se aprofunda, por isso é importante registrar.
Através da escrita, o educador pode distanciar-se de si mesmo e
refletir sobre o que está descrito, analisando e refletindo para propor,
intervir e encontrar respostas para as situações vividas na busca da
aprendizagem.
A avaliação contínua e cuidadosa de cada criança é de suma importância
para evidenciar os momentos de aprendizagem no seu cotidiano, desse modo, é
importante que o professor observe os vários momentos que podem ser expressos
os avanços e as dificuldades de sua prática e das atitudes de seus alunos nos
diferentes jogos, na sua forma de entender o mundo, nas suas dificuldades, nas
suas necessidades e nos seus estilos de aprendizagem.
Para concretizar essa avaliação, faz-se necessário um processo contínuo
de observação e registro nos diversos momentos e ambientes da escola,
incluindo: a sala de aula; o parque; a entrada e a saída das crianças; a
Biblioteca ou Sala de Leitura; o Laboratório de Informática Educativa, dentre
outros. Uma vez que as crianças apresentam jeitos diferentes no alcance dos
objetivos propostos e na desenvoltura em cada ambiente ao longo do seu
desenvolvimento é a observação dessas diferenças e o respeito pelo ritmo de
cada uma que fundamenta uma ação construtivista e sócio-interacionista
(HOFFMANN, 1991; 2011).
Alguns aspectos importantes deverão ser observados, analisados e
registrados para a proposição de intervenções sobre a ação pedagógica para com
as crianças ao longo do seu processo evolutivo e habitual de desenvolvimento,
de forma que demonstrem a ação pedagógica desenvolvida para com as crianças em
um determinado período letivo.
A avaliação exige sistematização sob a forma de registros
significativos, priorizando o olhar reflexivo do professor. Veja as seguintes
dicas e orientações para elaboração do relatório de avaliação INDIVIDUAL:
ATITUDINAIS E COMPORTAMENTAIS
Adaptação:
Exemplos: A
criança chega contente à escola; aceita regras e normas previamente
estabelecidas; está disponível para as atividades escolares; internalizou a
rotina da sua turma, ou demonstra sentimentos que dificultam a aprendizagem no
decorrer do período letivo.
Relacionamento (colegas,
professores e funcionários)
Exemplos: A
criança mantém um relacionamento harmonioso com colegas, professores e
funcionários; tem facilidade ou não de relacionamento com outras pessoas;
aceita participar de atividades em grupos ou prefere as individuais; mantém
atitudes de respeito e tolerância para com os outros.
Participação, cooperação
Exemplos: A
criança participa das aulas e demais atividades; espera a sua vez de falar e
ouve os colegas; finaliza ou abandona atividades; demonstra concentração e
interesse na realização das atividades em determinadas áreas e demonstra mais
interesse do que em outra; coopera com a turma contribuindo com opiniões e
cumprimento dos acordos estabelecidos; utiliza os “combinados” para uma boa
convivência com colegas e professores; demonstra iniciativa na resolução de
conflitos; solicita ajuda de outros ao enfrentar dificuldades; demonstra
segurança em suas atitudes.
Autonomia
Exemplos:
Demonstra iniciativa na resolução de conflitos e na resolução das atividades;
demonstra segurança em suas atitudes.
Expressão de emoções e
sentimentos
Exemplos: A
criança expressa facilmente as suas emoções e sentimentos (raiva, alegria,
medo, impaciência, tristeza, afetividade, entusiasmo, bondade, carinho, ciúme,
curiosidade, dúvida, bom humor, mágoa, prazer).
EIXOS OPERACIONAIS
Língua Portuguesa:
A criança
ouve e relata fatos, histórias e experiências vividas, manifestando suas ideias
opiniões e preferências, compreendendo e transmitindo mensagens, sendo também
capaz de responder e formular perguntas. Apresenta vocabulário ampliado
articulando as palavras de forma clara e correta.
A criança
reconhece letras, compreende palavras, frases e textos. Na escrita segue a
sequência cronológica do texto, identifica as ideias principais e secundárias.
OBS:
Registre o nível psicogenético de escrita da criança.
Matemática:
A criança
descreve as propriedades e características numéricas entre os objetos, percebe
e enumera semelhanças e diferenças, classificando , seriando, fazendo a
correspondência biunívoca entre objetos ou termos. Observe os registros
anteriores sobre o desenvolvimento do raciocínio lógico-matemático, a
compreensão dos conceitos e a resolução de problemas.
História:
A criança
compreende a realidade que lhe é posta resgatando aspectos culturais de um
determinado povo ou região para o entendimento do processo do desenvolvimento
histórico, cultural e social.
Geografia:
A criança
age no espaço e influi na sua produção de acordo com determinados valores e
convicções. Compreende as relações entre a sociedade, natureza e as diferentes
noções espaciais e temporais.
Ciências:
A criança
compreende os conceitos e os fenômenos naturais, bem como sua relação com o
ambiente que a cerca.
Demonstra
curiosidade e atitude de investigação científica.
Arte:
A criança
desenvolve percepções, sentimentos e imaginação através das artes visuais,
dança, música e teatro, significando suas experiências.
Educação Física:
A criança
participa de atividades corporais estabelecendo relações equilibradas e
construtivas com os demais ou apresenta resistência em interagir com o grupo,
demonstrando comportamento apático ou violento.
Temas Transversais:
A criança é
capaz de refletir e posicionar-se diante de questões como: ética, meio
ambiente, pluralidade cultural, saúde, orientação sexual, trabalho e consumo
conforme critério de ações pautado na justiça, criando formas não violentas de
atuação nas diferentes situações da vida.
ORIENTAÇÕES PARA ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS
1. Organize
seu texto numa sequência lógica de conteúdo e assuntos;
2. Reflita
profundamente sobre seu aluno e consulte as suas anotações diárias;
3. Informe
dados sobre o aluno, afirmando constatações e citando peculiaridades, sem rotular
e sem preconceitos;
4. Utilize o
verbo “ESTAR” e não o verbo “SER” na elaboração do seu texto, visto que é um
processo de desenvolvimento da aprendizagem, havendo possibilidades de
mudanças;
5. Elabore
um texto com fins pedagógicos, ressaltando as potencialidades e as dificuldades
da criança, bem como as estratégias utilizadas, tanto pelo professor quanto
pela criança, diante destas dificuldades;
6. Evite
“MASSIFICAÇÕES”, registre aspectos únicos e individuais da criança;
7. Use
linguagem clara, sem generalizações e gírias;
8. Formule
frases mais curtas e use o ponto final, evite o gerúndio, as reticências, o
etc, as repetições e termos duvidosos tais como: acho e parece;
9. Oriente
pais e responsáveis sobre a ajuda necessária às crianças;
10. Procure
conversar com a coordenadora, gestores, outros professores e funcionários da
escola de forma que a troca de ideias auxilie na elaboração dos relatórios.
EXPRESSÕES QUE PODEM SER USADAS NOS
RELATÓRIOS
1. Apresenta
/ demonstra / mostra / indica / evidencia / aparenta / manifesta
2.
Desenvolvimento / crescimento / progresso / melhora
3.
Relacionamento / capacidade de convivência com o grupo / socialização /
atitudes recíprocas
4.
Aprendizado / conhecimento
5.
Dificuldade / obstáculos / resistência
6. Adaptação
/ adequação à escola (grupo) / harmonia
7. Declara /
revela / exprime / demonstra / determina / possui / dispõe / domina / apresenta
8.
Solicitações / pedido / regras que a escola requer
9. Precisa /
necessita / é indispensável / mencionar / citar / expor
10. Lembrar
/ ressaltar / adquirir / referir
11.
Progresso / avanço / aprimoramento / evolução
12.
Participa ativamente / verbaliza
13. Colabora
com o grupo
14. Assume
uma postura observadora
15. Atenção
durante a aula
16. Precisa
de estímulo
17.
Aquisição do processo de Leitura e Escrita
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
PENNA,
Alessandra Costa. Estilos de Aprendizagem. UERJ: Rio de Janeiro, 2007.
HOFFMANN,
Jussara. Avaliar: respeitar primeiro, educar depois. Editora Mediação: Porto
Alegre,
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